quinta-feira, 10 de abril de 2008

Repertório

Heitor Villa-Lobos (1887-1959)

Bachianas Brasileiras nº 9
- Prelúdio (Vagaroso e místico)
- Fuga (Poco apressado)

Bachianas Brasileiras nº 4
(Adaptação: Leandro Carvalho)
- Prelúdio (Introdução)
- Coral (Canto do Sertão)
- Ária (Cantiga)
- Dança (Miudinho)

Ciranda das Sete Notas
Alexandre dos Santos, fagote

Cirandas
(Adaptação: Leandro Carvalho)
- Nesta Rua (Ciranda nº 11)
- Pobre Cega (Ciranda nº 05)
- A Condessa (Ciranda nº 02)
- O Cravo Brigou com a Rosa (Ciranda nº 04)

Choro nº 5 - Alma Brasileira
(Adaptação: Sérgio Barbosa)

Danças Características Africanas - Danças dos Índios Mestiços do Brasil
(Adaptação: Leandro Carvalho)
- Farrapos
- Kankukus
- Kankikis

Bachianas Brasileiras nº 4 e 9
A motivação para compor as obras do ciclo Bachianas Brasileiras, de acordo com o próprio Villa-Lobos, foi as semelhanças que encontrou entre músicas folclóricas ou populares do sertão
brasileiro e a obra do alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750).

Os movimentos desta série têm constantemente um nome duplo, sendo o primeiro dentro da tradição erudita da música de concerto, como prelúdio, coral e ária, e o segundo correspondendo ao ritmo popular a que se refere, como cantiga e canto do sertão.

A Bachianas nº 4 foi composta em 1930 para piano solo e estreada em 1939, com Vieira Brandão ao piano. A adaptação para orquestra foi feita em 1941 e apresentada ao público no ano seguinte, em concerto regido pelo autor. Escrita em 1945 em Nova York, para orquestra de cordas, e dedicada a Aaron Copland, a Bachianas nº 9 foi pensada para uma orquestra de vozes ‘sem palavras’. De sonoridade muito especial,a peça começa com um prelúdio lento e místico, com um pedal em dó, para ganhar corpo em direção a uma fuga cromática e voluptuosa.

Choro nº 5 - Alma Brasileira
A série de obras Choros foi escrita entre 1920 e 1929 para instrumentos solistas, conjuntos de câmara e grandes orquestras sinfônicas. Ao todo, são catorze peças, considerando que a Introdução aos Choros e os Choros Bis não são numerados como os outros catorze, sendo classificados extra-série. O próprio Villa-Lobos sintetizou em palavras a idéia por trás desta magnifica série de composições.

Os Choros representam uma nova forma de composição musical na qual são
sintetizadas as diferentes modalidades da música brasileira indígena e popular, tendo por elementos principais o ritmo e qualquer melodia típica de caráter popular que aparece, vez por outra, acidentalmente, sempre transformada segundo a personalidade do autor. Os processos harmônicos são, igualmente, uma estilização completa do original [...]
Os Choros são construídos segundo uma forma técnica especial, baseada nas manifestações sonoras dos hábitos e costumes dos nativos brasileiros, assim como nas impressões psicológicas que trazem certos tipos populares extremamente marcantes e originais.

O Choros nº 5 foi composto no Rio de Janeiro, em 1925, e dedicado a Arnaldo Guinle. Ao lado do Choro nº 1, para violão solo, é o mais executado da série. Originalmente escrito para piano solo, recebeu aqui a adaptação do compositor Sérgio Barbosa.

Danças Características Africanas
Escritas originalmente para piano solo em 1914, estas Danças baseiam-se na tradição musical dos índios Caripunas, uma das etnias indígenas do Estado de Mato Grosso que teve intenso contato com negros africanos.

Receberam de Villa-Lobos o subtítulo Danças dos Índios Mestiços do Brasil e representam as etapas da vida do homem. São marcadas por ritmos insistentes e repetitivos, que caracterizam o ritual primitivo. As Danças foram arranjadas para octeto e orquestradas em 1916. Estas peças marcam a primeira fase criativa de Villa-Lobos e foram apresentadas em fevereiro de 1922 na Semana de Arte Moderna de São Paulo.

Ciranda das Sete Notas
Villa-Lobos contribuiu enormemente para o repertório de vários instrumentos.Em alguns casos, como o do violão, revolucionou sua linguagem e influenciou compositores mundo afora. Desta parte de sua obra, destacam-se os concertos para instrumentos solistas que hoje estão integrados ao repertório internacional, como o que escreveu para violão e pequena orquestra e dedicou a Andrés Segovia, e para harpa, dedicado a outro espanhol ilustre, Nicanor Zabaleta,grande expoente de seu instrumento. Escreveu ainda cinco concertos para piano, dois para violoncelo e um para gaita de boca. A Fantasia para Sax e Orquestra e a Ciranda das Sete Notas, para fagote solo e cordas, tem a mesma forma ‘concertante’, onde o instrumento solista brilha, em escrita criativa, cheia de desafios e belas melodias.

Cirandas
As Cirandas datam de 1926 e são a mais extensa criação de Villa-Lobos para piano. Todas elas têm formas livres e originais, onde o compositor parte das melodias tradicionais do cancioneiro brasileiro para experimentar novas sonoridades. Sintetizam, em forma de música, as mais fortes sensações de nossa infância, quer tenhamos nascido no sul ou no norte. Marcam nosso ‘inconsciente coletivo’ e revelam-se como um poderoso ‘cimento’ unificador do nosso imenso Brasil.

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