quinta-feira, 31 de julho de 2008
Santo Antônio de Jesus (BA)
(Leandro) Santo Antônio de Jesus está na região do Recôncavo Baiano, a 100 km da capital (via ferry boat). A estrada que nos levou até lá é belissima, apesar de trechos sem asfalto e muitos buracos. A natureza é exuberante, muito verde e águas cristalinas correndo para formar o rio Jaguaripe. Ficamos hospedados no Hotel Vila das Palmeiras, muito bonito, numa casa colonial totalmente restaurada. O concerto aconteceu no Clube dos Cem e mais uma vez lotou. O público nos recebeu carinho e entusiasmo. Havia muita gente jovem, de várias escolas da cidade, e um grupo de alunos de um dos projetos sociais da cidade que utiliza a música como ferramenta de inclusão social e desenvolvimento humano. Obrigado a todos!
Reflexões sobre Villa Lobos e o Brasil.
'' … Brasil ja tem uma foma geográfica de um coração. Todo brasileiro tem esse coração: a música vai de uma alma à outra, os pássaros conversam pela música. Eles têm coração. Tudo que se sente na vida se sente no coração. O coração é o metrônomo da vida. E há muita gente na humanidade que se esquece disso. Justamente o que mais precisa a humanidade é de um metrônomo. Se houvesse alguém no mundo que pudesse colocar um metrônomo no cio da Terra, talvez estivéssemos mais próximos da paz. Por que se desentendem? Vivem descompassados. Raças e povos. Porque não se lembram do metrônomo que guardam no peito: o coração. Foi fadado por Deus, justamente no Brasil, possuir numa forma geométrica de coração e haver um ritmo palpitante em toda a sua raça, sobretudo no nordeste, pressentido de ritmo, de coração, essa unidade de movimento, esse metrônomo tão sensível. Meus amigos, foi com este pensamento que eu me tornei músico. Foi por isso que eu me tornei um escravo profundo e eterno da vida do Brasil, das coisas do Brasil. E, como não tenho o dom da palavra nem da pena, mas tive o dom do som e do ritmo, transponho em sons e ritmos essa loucura de amor por uma Pátria. Eis a minha apresentação. Eis o que é, em princípio a justificação do que eu tenho feito pelo Brasil até a idade que tenho hoje. Peço perdão a todos de ter que falar um pouco da minha vida em relação a esse Brasil, mas é necessário que possa talvez servir de exemplo aos jovens, de seguirem essa mesma trilha, esse mesmo destino que Deus me deu.
Nunca na minha vida procurei a cultura, a erudição, o saber, e mesmo a sabedoria nos livros, nas doutrinas, nas teorias, nas formas ortodoxas. Nunca. Porque o meu livro era o Brasil. Não o mapa do Brasil na minha frente, mas a terra do Brasil onde eu piso, onde eu sinto, onde eu ando, onde eu percorro. Cada homem que eu encontro no Brasil representa uma forma estética na concepção musical. Cada pássaro que acode ao meu ouvido é um tema aonde se junta a outros temas invisíveis, imperceptíveis e abstratos para tornarem forma física em forma sonora, em forma de música, música de arte, arte livre como é a nossa natureza. A árvore independente como os pássaros do Brasil, a árvore sentimental como são os homens da nossa terra.
A minha música é o reflexo da sinceridade. No princípio, sofri, natural, com a revolta daqueles que se agarravam à tradição, daqueles que não se encontravam a si próprios, daqueles que nunca se miraram no espelho da sua própria consciência procurando a fisionomia da sua própria raça. O Brasil levou muito tempo, meus amigos, muitos anos, a imitar, a maquetear, a papaguear. Mas, graças a Deus, procurou um espelho, ou encontrou por acaso, o reflexo da realidade de uma grande raça, de uma grande nação, e verificou que nunca poderiam ser eles mesmos se não o fizessem à sua maneira, não imitando ninguém. Isso foi feito em coisas banais da vida, na moda, no sistema de sentir literariamente. Vejam os poetas, os parnasianos, mesmo esses modernos. Veja na pintura antiga e na pintura de hoje, veja na escultura e finalmente nesta arte que aparece no Brasil tão pessoal como nenhuma, a escultura. Vejam, encontraram-se, o Brasil se encontra. Infelizmente a população é pequena pela grandeza da sua terra, mas ele se encontra. E tudo isso está tão de acordo com a penitência da minha vida. Eu estou tão contente, cada vez mais de ser brasileiro. A minha justificação não tem um sentido cívico, não, não creio. É apenas de um artista sincero que com esse exemplo de realização e da felicidade e da vitória de sua carreira artística, grita ao nosso grande povo que quanto mais se for brasileiro, com este coração, com esta alma, com esta vibração, mais concorrem para serem úteis no conceito das grandes nações, das grandes civilizações. Estou satisfeito porque já bem aproximando o fim da mina vida, eu sinto perfeitamente que o Brasil encontrou o seu caminho. Que importam os problemas políticos, os problemas sociais, os problemas econômicos? O Brasil se encontra. Eu fui pela música. E se por acaso o meu exemplo puder servir de alguma coisa a todos os meus patrícios, façam o mesmo. Sejam livres, lembrem-se do coração. Lembrem-se que este aqui é o metrônomo da realidade. Com ele terão a razão econômica de tudo, das coisas. Terão a medida exata da realidade da própria vida. Lembrem-se de que é a arte que vem do coração para um coração, de uma alma para outra alma. E a música é a primeira arte que conduz as outras artes. Eu não digo isso porque sou musico, não. Mas ela tem um poder positivo, digamos um poder biológico. Ela é uma terapêutica para a alma doente. A música é um consolo para o sofredor. A música é um embalo para o pequenino no colo de suas mães, de seus pais. A música é um alento do desventurado. A música é a alegria daqueles que são alegres. A religião. Qual das religiões que existe sobre a terra, e que não usou da música como elemento de atração aos seus crentes? Essa música que Santo Ambrósio utilizou-se para formar depois os cantos litúrgicos definidos. É com essa música senhores, que nós precisamos compreender que o Brasil vive, e que ninguém percebe. Ninguém percebe que o país mais musical que existe sobre a Terra deixa passar vagamente, indiferentemente essa música tão pura, essa música da alma, música do coração. Que importa que haja duas espécies de música? A música da manifestação espontânea, a música popular, e a música da alma elevada, da alma intelectual, a música da arte. O folclore é o intermediário desses dois elementos. É a ciência da pesquisa, é o traço de união em que se utiliza o criador para, tirando do povo essa música, essa arte espontânea, ele burila no seu coração e na sua alma, e traz outra vez para o povo. Mas esse povo geralmente é injusto, não procura compreender o esforço do criador. Devem compreender, devem ser educados, civilizados para compreenderem o mistério, o pensamento abstrato de um criador no terreno de arte. E a música tem um poder incrível de atuar sobre o temperamento, sobre o instinto, sobre tudo no espírito humano. E é essa música que pode deleitar o culto, ao iniciado da música, a música artística, essa música que dá um prazer estranho, um prazer exótico, pitoresco àquele que gosta da música popular, àquele que gosta de sentir essa ou aquela canção, esse ou aquele ritmo de dança. E que para, embora mesmo no século XX já usem a música, já colaborem com a música. Porque há casos interessantes em que, enquanto estão tocando a música, estão falando, são colaboradores. Há pessoas que pensam que quanto mais a música toca forte, mais a gente fala alto. Isso é comum, mas é um instinto inofensivo de colaborar com a música. Não acredito que quem seja educado faça isso com a arte, não. Porque a melhor colaboração que se pode fazer com a arte é silêncio, é atenção, é recolhimento, é meditação, é apreensão, é a emoção.
Satisfeito estou, de ter aceitado do Sr. Ministro da educação essa missão, e satisfeito estou de distinguir com todo o prazer, toda honra esses cinco estados do Brasil, apenas porque creio que as outras missões virão outros meus assistentes, porque eu talvez não só não disponha de tempo, como me sinto um pouco cansado para estar fazendo a volta no Brasil que já fiz há 40 anos atrás. Em todo caso, a honra de chegar a esta terra pequena, mas extraordinária me é grande. Há muito tempo que eu tinha vontade de ter contato com o povo para viver a satisfação e alegria desse momento em verificar que é uma terra que sente a música, que vibra a música, que tem compreensão da música. Ajudai pois meus amigos, ajudai ao seu ilustre governador, que sei das intenções formidáveis que ele tem no sentido do aproveitamento da música dentro do progresso de um grande estado. … ''
Discurso Histórico de Heitor Villa Lobos.
Reflexão sobre o discurso do Villa.
Este sem dúvidas foi o maior gênio da nossa música, grande compositor, grande pianista, grande homem, grande humanista... enfim.. UM GRANDE SER HUMANO!! Villa Lobos foi um dos responsáveis por nos ensinar a Arte da Valorização. No início do sec. XX quando todos estavam confusos quanto o futuro da nossa identidade nacional, levantou-se um compositor não muito conhecido do povo Brasileiro chamado Heitor Villa Lobos na semana de 1929, com a sua obra monumental esbanjando brasilidade. O nosso ilustre Villa Lobos nos deixou uma nova maneira de enxergar e de compreender o nosso Brasil através da brasilidade encontrada na sua obra. Villa Lobos foi um dos Brasileiros mais apaixonados que o Brasil ja conheceu, e ninguem como ele amava esse Brasil, o povo Brasileiro, ... enfim... ''as cousas do Brasil'' como falava carinhosamente o nosso Villa. Ele conseguiu ver o Brasil de uma forma diferenciada, e na minha opinião foi este ponto que fez dele o maior gênio da nossa Música, ele olhava o Brasil como um grande celeiro de idéias para suas composições, tudo que era do nosso Brasil o inspirava, os pássaros, os rios , o povo do Brasil, os índios do Brasil, as nossas florestas, os sons da mata, os nossos queridos afros que tanto somaram para o crescimento deste país, nossas cantigas, choros e o nosso samba. Ele possuia mesmo uma alma Brasileira, e quando o Villa teve contato com o exterior ele mesmo falou em uma das suas célebres crônias: ''estou saindo nao para aprender música, estou saindo para ensinar e levar a nossa música Brasileira para o exterior''. Era um sentimento patriótico realmente louvável, e com certeza como ele mesmo disse, sentia se um pouco só as vezes na sua idéia de nacionalizaçao da nossa música. Hoje em dia eu e muitos brasileiros sentimos falta deste patriotismo que o nosso Villa Lobos tinha, esta vontade de crescer, de fazer um país melhor, de valorizar as ''cousas do Brasil'', de aproveitar e absorver melhor o que este país nos oferece. Nenhum pais neste planeta na minha opinião possui tantas diferenças culturais dentro dele mesmo como no nosso Brasil, são diferenças que vao passando-se de aldeia para aldeia, de regiao para regiao, de cidade para cidade e de estado para estado, e estas diferenças fazem do nosso Brasil um dos países mais fantásticos deste planeta. Nosso potencial hidrelétrico é um dos mais significativos, nossa fauna e nossa flora são referencias mundiais de proporçães ambientais, alem de nao termos que nos preocupar com os frequentes desastres ambientais que assolam a humanidade. Se o nosso Villa Lobos estivesse vivo nos dias de hoje certamente ele falaria estas mesmas palavras que nós verdadeiros Brasileiros temos em nossos corações, pois são idéias ja cultivadas por ele no início do sec. passado, certamente ele estaria hoje insistindo na busca da humanidade pelo tal ''metrônomo'', principalmente nossos políticos, haaaaa!! se eles tivessem este metronomo em seus peitos eles cuidariam e valorizariam a nossa gente e a nossa política com muito mais honradez e dignidade, pois alguns deles não tem compromisso com o nosso país, eles não se tornaram escravos do Brasil como tornou-se Villa Lobos, jamais poderão ser BRASILEIROS sem o ''metrônomo''... e por que Villa Lobos entendia tão bem o Brasil?? Porque ele viajou durante uma parte do sec. XX por toda a nossa nação, ele provou de tudo que esta nação pode oferecer, ele provou de todo nosso potencial, ele viveu pessoalmente cada região, cada povo, cada lugar, cada cultura, cada folclore. E a nossa querida Orquestra do Estado de Mato Grosso teve a oportunidade de vivenciar um pouco do que o nosso Villa vivenciou. Uma experiencia única... hoje sinto em meu peito o mesmo sentimento que Villa Lobos sentiu quando terminou sua viajem.. patriotismo, valorização e amor pelo Brasil. Sinto um orgulho tremendo de ser Brasileiro, gostaria agora se pudesse, abraçar todos voces e tentar transmitir um pouquinho do que sinto ao final desta viajem...
VIVA O NOSSO BRASIL!!!
Luciano Pontes-Spalla da Orquestra do Estado de Mato Grosso
Nunca na minha vida procurei a cultura, a erudição, o saber, e mesmo a sabedoria nos livros, nas doutrinas, nas teorias, nas formas ortodoxas. Nunca. Porque o meu livro era o Brasil. Não o mapa do Brasil na minha frente, mas a terra do Brasil onde eu piso, onde eu sinto, onde eu ando, onde eu percorro. Cada homem que eu encontro no Brasil representa uma forma estética na concepção musical. Cada pássaro que acode ao meu ouvido é um tema aonde se junta a outros temas invisíveis, imperceptíveis e abstratos para tornarem forma física em forma sonora, em forma de música, música de arte, arte livre como é a nossa natureza. A árvore independente como os pássaros do Brasil, a árvore sentimental como são os homens da nossa terra.
A minha música é o reflexo da sinceridade. No princípio, sofri, natural, com a revolta daqueles que se agarravam à tradição, daqueles que não se encontravam a si próprios, daqueles que nunca se miraram no espelho da sua própria consciência procurando a fisionomia da sua própria raça. O Brasil levou muito tempo, meus amigos, muitos anos, a imitar, a maquetear, a papaguear. Mas, graças a Deus, procurou um espelho, ou encontrou por acaso, o reflexo da realidade de uma grande raça, de uma grande nação, e verificou que nunca poderiam ser eles mesmos se não o fizessem à sua maneira, não imitando ninguém. Isso foi feito em coisas banais da vida, na moda, no sistema de sentir literariamente. Vejam os poetas, os parnasianos, mesmo esses modernos. Veja na pintura antiga e na pintura de hoje, veja na escultura e finalmente nesta arte que aparece no Brasil tão pessoal como nenhuma, a escultura. Vejam, encontraram-se, o Brasil se encontra. Infelizmente a população é pequena pela grandeza da sua terra, mas ele se encontra. E tudo isso está tão de acordo com a penitência da minha vida. Eu estou tão contente, cada vez mais de ser brasileiro. A minha justificação não tem um sentido cívico, não, não creio. É apenas de um artista sincero que com esse exemplo de realização e da felicidade e da vitória de sua carreira artística, grita ao nosso grande povo que quanto mais se for brasileiro, com este coração, com esta alma, com esta vibração, mais concorrem para serem úteis no conceito das grandes nações, das grandes civilizações. Estou satisfeito porque já bem aproximando o fim da mina vida, eu sinto perfeitamente que o Brasil encontrou o seu caminho. Que importam os problemas políticos, os problemas sociais, os problemas econômicos? O Brasil se encontra. Eu fui pela música. E se por acaso o meu exemplo puder servir de alguma coisa a todos os meus patrícios, façam o mesmo. Sejam livres, lembrem-se do coração. Lembrem-se que este aqui é o metrônomo da realidade. Com ele terão a razão econômica de tudo, das coisas. Terão a medida exata da realidade da própria vida. Lembrem-se de que é a arte que vem do coração para um coração, de uma alma para outra alma. E a música é a primeira arte que conduz as outras artes. Eu não digo isso porque sou musico, não. Mas ela tem um poder positivo, digamos um poder biológico. Ela é uma terapêutica para a alma doente. A música é um consolo para o sofredor. A música é um embalo para o pequenino no colo de suas mães, de seus pais. A música é um alento do desventurado. A música é a alegria daqueles que são alegres. A religião. Qual das religiões que existe sobre a terra, e que não usou da música como elemento de atração aos seus crentes? Essa música que Santo Ambrósio utilizou-se para formar depois os cantos litúrgicos definidos. É com essa música senhores, que nós precisamos compreender que o Brasil vive, e que ninguém percebe. Ninguém percebe que o país mais musical que existe sobre a Terra deixa passar vagamente, indiferentemente essa música tão pura, essa música da alma, música do coração. Que importa que haja duas espécies de música? A música da manifestação espontânea, a música popular, e a música da alma elevada, da alma intelectual, a música da arte. O folclore é o intermediário desses dois elementos. É a ciência da pesquisa, é o traço de união em que se utiliza o criador para, tirando do povo essa música, essa arte espontânea, ele burila no seu coração e na sua alma, e traz outra vez para o povo. Mas esse povo geralmente é injusto, não procura compreender o esforço do criador. Devem compreender, devem ser educados, civilizados para compreenderem o mistério, o pensamento abstrato de um criador no terreno de arte. E a música tem um poder incrível de atuar sobre o temperamento, sobre o instinto, sobre tudo no espírito humano. E é essa música que pode deleitar o culto, ao iniciado da música, a música artística, essa música que dá um prazer estranho, um prazer exótico, pitoresco àquele que gosta da música popular, àquele que gosta de sentir essa ou aquela canção, esse ou aquele ritmo de dança. E que para, embora mesmo no século XX já usem a música, já colaborem com a música. Porque há casos interessantes em que, enquanto estão tocando a música, estão falando, são colaboradores. Há pessoas que pensam que quanto mais a música toca forte, mais a gente fala alto. Isso é comum, mas é um instinto inofensivo de colaborar com a música. Não acredito que quem seja educado faça isso com a arte, não. Porque a melhor colaboração que se pode fazer com a arte é silêncio, é atenção, é recolhimento, é meditação, é apreensão, é a emoção.
Satisfeito estou, de ter aceitado do Sr. Ministro da educação essa missão, e satisfeito estou de distinguir com todo o prazer, toda honra esses cinco estados do Brasil, apenas porque creio que as outras missões virão outros meus assistentes, porque eu talvez não só não disponha de tempo, como me sinto um pouco cansado para estar fazendo a volta no Brasil que já fiz há 40 anos atrás. Em todo caso, a honra de chegar a esta terra pequena, mas extraordinária me é grande. Há muito tempo que eu tinha vontade de ter contato com o povo para viver a satisfação e alegria desse momento em verificar que é uma terra que sente a música, que vibra a música, que tem compreensão da música. Ajudai pois meus amigos, ajudai ao seu ilustre governador, que sei das intenções formidáveis que ele tem no sentido do aproveitamento da música dentro do progresso de um grande estado. … ''
Discurso Histórico de Heitor Villa Lobos.
Reflexão sobre o discurso do Villa.
Este sem dúvidas foi o maior gênio da nossa música, grande compositor, grande pianista, grande homem, grande humanista... enfim.. UM GRANDE SER HUMANO!! Villa Lobos foi um dos responsáveis por nos ensinar a Arte da Valorização. No início do sec. XX quando todos estavam confusos quanto o futuro da nossa identidade nacional, levantou-se um compositor não muito conhecido do povo Brasileiro chamado Heitor Villa Lobos na semana de 1929, com a sua obra monumental esbanjando brasilidade. O nosso ilustre Villa Lobos nos deixou uma nova maneira de enxergar e de compreender o nosso Brasil através da brasilidade encontrada na sua obra. Villa Lobos foi um dos Brasileiros mais apaixonados que o Brasil ja conheceu, e ninguem como ele amava esse Brasil, o povo Brasileiro, ... enfim... ''as cousas do Brasil'' como falava carinhosamente o nosso Villa. Ele conseguiu ver o Brasil de uma forma diferenciada, e na minha opinião foi este ponto que fez dele o maior gênio da nossa Música, ele olhava o Brasil como um grande celeiro de idéias para suas composições, tudo que era do nosso Brasil o inspirava, os pássaros, os rios , o povo do Brasil, os índios do Brasil, as nossas florestas, os sons da mata, os nossos queridos afros que tanto somaram para o crescimento deste país, nossas cantigas, choros e o nosso samba. Ele possuia mesmo uma alma Brasileira, e quando o Villa teve contato com o exterior ele mesmo falou em uma das suas célebres crônias: ''estou saindo nao para aprender música, estou saindo para ensinar e levar a nossa música Brasileira para o exterior''. Era um sentimento patriótico realmente louvável, e com certeza como ele mesmo disse, sentia se um pouco só as vezes na sua idéia de nacionalizaçao da nossa música. Hoje em dia eu e muitos brasileiros sentimos falta deste patriotismo que o nosso Villa Lobos tinha, esta vontade de crescer, de fazer um país melhor, de valorizar as ''cousas do Brasil'', de aproveitar e absorver melhor o que este país nos oferece. Nenhum pais neste planeta na minha opinião possui tantas diferenças culturais dentro dele mesmo como no nosso Brasil, são diferenças que vao passando-se de aldeia para aldeia, de regiao para regiao, de cidade para cidade e de estado para estado, e estas diferenças fazem do nosso Brasil um dos países mais fantásticos deste planeta. Nosso potencial hidrelétrico é um dos mais significativos, nossa fauna e nossa flora são referencias mundiais de proporçães ambientais, alem de nao termos que nos preocupar com os frequentes desastres ambientais que assolam a humanidade. Se o nosso Villa Lobos estivesse vivo nos dias de hoje certamente ele falaria estas mesmas palavras que nós verdadeiros Brasileiros temos em nossos corações, pois são idéias ja cultivadas por ele no início do sec. passado, certamente ele estaria hoje insistindo na busca da humanidade pelo tal ''metrônomo'', principalmente nossos políticos, haaaaa!! se eles tivessem este metronomo em seus peitos eles cuidariam e valorizariam a nossa gente e a nossa política com muito mais honradez e dignidade, pois alguns deles não tem compromisso com o nosso país, eles não se tornaram escravos do Brasil como tornou-se Villa Lobos, jamais poderão ser BRASILEIROS sem o ''metrônomo''... e por que Villa Lobos entendia tão bem o Brasil?? Porque ele viajou durante uma parte do sec. XX por toda a nossa nação, ele provou de tudo que esta nação pode oferecer, ele provou de todo nosso potencial, ele viveu pessoalmente cada região, cada povo, cada lugar, cada cultura, cada folclore. E a nossa querida Orquestra do Estado de Mato Grosso teve a oportunidade de vivenciar um pouco do que o nosso Villa vivenciou. Uma experiencia única... hoje sinto em meu peito o mesmo sentimento que Villa Lobos sentiu quando terminou sua viajem.. patriotismo, valorização e amor pelo Brasil. Sinto um orgulho tremendo de ser Brasileiro, gostaria agora se pudesse, abraçar todos voces e tentar transmitir um pouquinho do que sinto ao final desta viajem...
VIVA O NOSSO BRASIL!!!
Luciano Pontes-Spalla da Orquestra do Estado de Mato Grosso
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