(Leandro) Os últimos dois concertos, em Campo Mourão e Paranavaí, foram realmente especiais. Teatros lotados, público receptivo, entusiasmado e perfeita organização por parte das unidades locais do Sesc. Desta forma, a Orquestra ‘rende’ muito e pode oferecer para o público um concerto de alto nível técnico e artístico.
Fiquei impressionado com a iniciativa da Prefeitura de Paranavaí. Há quatro anos, construíram um teatro belíssimo numa das principais praças do centro da cidade. Utilizaram recursos próprios e tiveram apoio do Governo do Estado do PR e de alguns parlamentares, através de emendas individuais. Como eu gostaria que os prefeitos de todo o Brasil percebem os enormes benefícios que um bom teatro traz para a cidade! Paranavaí é a prova de que é possível. O município não precisa ser grande (a cidade tem 80 mil habitantes), nem ter uma enorme arredação tributária. Basta visão, grandeza de caráter e espírito público. O teatro acaba virando uma estrutura ‘multiuso’, com biblioteca e áreas de convivência. É um investimento em educação e desenvolvimento humano. Depois de pronto, este equipamento pode ser administrado de diversas formas. De acordo com a competência de cada gestor, pode-se criar uma estrutura auto-sustentável, dinâmica, que agregue valor e busque parcerias, como no caso de Paranavaí e Campo Mourão, onde a parceria entre poder público e Sesc viabiliza muitos espetáculos e outras iniciativas que enriquece a vida da população.
Podemos seguir este exemplo em Mato Grosso e construir centros culturais, com teatros de 500 lugares, biblioteca, área central para exposições de artes plásticas e área de lazer, através de parcerias entre Governo do Estado, prefeituras, mecanismos de incentivo fiscal (como a Lei Rouanet), investimento direto de empresas privadas com áreas de negócio no local e uma colaboração extra dos parlamentares mato-grossenses através de emendas individuais ou de bancada. Poderíamos desenvolver um único projeto que incluísse a contrução de dez centros culturais em dez pólos regionais, visando o ‘barateamento’ da compra de materiais. Há alguns anos, cheguei a desenvolver este projeto, prevendo inclusive a criação de ‘consórcios’ administrativos que envolvessem gestores dos municípios que seriam beneficiados pela construção de cada centro cultural. Os estudos preliminares mostraram que o custo-beneficio é extraordinário e que está, de fato, ao alcance da realidade da arredação dos municípios mais desenvolvidos de Mato Grosso. Infelizmente, por motivos que não cabe comentar aqui, o projeto ficou para trás. Eu mesmo ‘deixei pra lá’. Fiz isso quando ainda tinha algumas ‘ilusões’ com relação à administração pública. No entanto, a visita a Paranavaí e Campo Mourão reacenderam este sonho e posso ver que Mato Grosso seria muito beneficiado se um projeto desta natureza fosse executado. Quem sabe? As eleições municipais estão aí. Vamos atentar para as propostas dos candidatos com relação à educação e cultura.
sábado, 31 de maio de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário