sexta-feira, 13 de junho de 2008

Estrutura Física e Material Humano







Jorge Moura postando...


Comecei esse post com umas fotos que tirei na antena de TV de Brasília a apenas para mostra um pouco de uma cidade que já me deu ótimas experiências em cada festival de música de participei por aqui. Adoro Brasília.

Mas quero falar um pouco de uma observação que fiz após comparar a vida Cultural de Cuiabá com a de várias cidades pelas quais passamos nesta primeira metade da turnê Sonora Brasil.

Sou cuiabano e desde que decidi me tornar músico e participar da vida cultural de Cuiabá sempre participei de grupos que esbarravam na estrutura que muitas vezes é precária em Cuiabá. Falta de espaços culturais, falta de teatros bem equipados (principalmente com pianos, de preferência afinados), falta de oportunidades aos músicos locais e de patrocínio. Já participei de diversos grupos de câmara que acabavam após o primeiro concerto pois sempre percebíamos que o esforço era demasiado grande para depois não conseguirmos atingir ao grande público por falta de espaço adequado, de verba para a divulgação ou pela simples não-remuneração que nos obrigava a procurar algo mais rentável ou seguro para fazer. O Sesc Arsenal foi uma revolução na vida cultural de Cuiabá pois além de trazer uma programação regular em cultura (em suas diversas vertentes) proporcionou a Cuiabá um teatro que, embora já seja pequeno para o público cuiabano, tinha uma melhor estrutura e qualidade acústica que antes não havia em nenhum teatro de Cuiabá. Lembro que no primeiro ano de funcionamento do Sesc Arsenal, antes da inauguração, eu parecia um "rato do sesc" pois não saia um fim-de-semana de lá sempre procurando nos folders que atrações queria ver. Mas a verdade é que a quantidade que atrações culturais que ocorrem em Cuiabá ainda estão muito aquém do que uma capital deste tamanho necessita e uma prova disso são os concertos lotados que a Orquestra de MT vem apresentando, sendo no mínimo 3 por mês e que, mesmo assim, algumas pessoas tenham que ficar de fora pela falta de espaço no teatro do Sesc às vezes brigando por ingresso.

O que percebi em cidades do interior de Santa Catarina, Parana e Rio Grande do sul é que o Sesc tem uma presença muito forte sendo, muitas vezes, o mais importante centro cultural da cidade e fiquei impressionado com a qualidade de muitas salas pelas quais passamos. Muitas vezes esperávamos tocar em locais totalmente despreparados e encontravamos salas de concerto que são de longe, melhores e muito maiores que qualquer um de Cuiabá, que é uma capital. E, o mais estranho é que, conversando com algumas pessoas, descobrimos que muitas salas dessas ficam por muito tempo sem apresentação simplesmente pela falta de atrações ou de público, ou seja há um investimento na estrutura que muitas vezes não acompanha o investimento no material humano.

Acredito que se tivéssemos uma estrutura melhor em Cuiabá poderíamos ter uma vida cultural que é digna de uma capital do seu tamanho pois com muito pouco recursos já conseguimos um desenvolvimento e envolvimento gigantesco do público que sempre prestigiam a orquestra. E este investimento não serviria só para o desenvolvimento desta orquestra mas para o surgimento de outros grupos de câmara, bandas e por que não, outras orquestras, afinal, público é o que não falta. Sábado estaremos de novo em Cuiabá e domingo faremos um concerto (graças a Deus, matar a a saudade da minha noiva hehe, Carolyne, te amo) e não imagino como vai ser a briga pelos poucos ingressos que estarão disponíveis para apenas um dia de apresentação do Sesc Arsenal.

O material humano já temos, uma orquestra com músicos profissionais dispostos a dar um show e um público cheio de espectativa, mas tudo seria lindo se tivéssemos uma estrutura à altura. Bom, mas um dia terá. Falou um Cuiabano que adora Cuiabá.

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