segunda-feira, 14 de julho de 2008
A novidade, a arte, e a fórmula do sucesso...
(Fernando)No atual mundo empresarial de concorrência, de competitividade crescente, muito se diz sobre a importância da originalidade e da criatividade em torno dos diferentes processos da fabricação de um produto de sucesso, porém de toda a literatura e work shops sobre o assunto, poucos ousam determinar o verdadeiro significado destes termos!
Talvez pela natureza de nossa maneira de pensar, parece que tudo se torna muito distante quando nos colocamos na difícil missão de encarar o sucesso. O que é relativamente simples acaba por tornar-se sobre humano, um dom inato fruto de uma concepção quase mítica em torno de coisas e pessoas caricaturadas como gênios, e assim, aquilo que se produz dia após dia, transfigura-se em idealização e conseqüente renúncia ao trabalho e a construção.
Como dizia um professor meu de filosofia: “a crítica não nos traz uma nova verdade, ela nos ensina a pensar de outra maneira”, e partindo deste principio, atrevo a dizer que no mundo não existem coisas e idéias novas, tudo é uma questão de observar, e aproveitar o mesmo objeto de maneiras distintas. A lógica é quase a mesma da famosa máxima “a beleza esta nos olhos de quem vê”, ou seja, os objetos estão sempre ali dispostos para quem quiser ou não aproveitá-los, e a novidade em torno deles, esta na simples disposição do sujeito em direcioná-los para esta ou aquela finalidade!
Não retiro a grandiosidade do “novo” e do “genial”, apenas os coloco, com os pés no chão, ao nosso alcance. As maravilhas da atualidade podem parecer fenomenais, mas longe de serem “achados da humanidade”, são, na verdade, resultado de um longo processo histórico. Grandes homens tais como, Newton, Bach, Einstein, Nietzsche, e para citar entre os brasileiros, Villa-Lobos, não possuíam capacidades “doadas pela divindade”, mas sim uma incrível capacidade de síntese! Se eu pudesse generalizar uma fórmula para o genial, e conseqüentemente para o sucesso, esta seria a fusão de três elementos: paixão, tradição e paciência!
Nada se faz sem paixão – ela é o quesito fundamental para qualquer espírito. É a força motriz que direciona o estado de ânimo necessário para qualquer criação, afinal, sem motivo não há causa! A tradição é a ferramenta retirada da antiguidade, a herança cultural transmitida e necessária para o dialogo entre os olhares de outrora e da contemporaneidade. Já a paciência, é a calma, a “perseverança tranqüila” daquilo que tardará a acontecer.
Recolocando os termos, no mundo da competição, vence sim, não mais o original, mas aquele que possui o intelecto suficientemente ajustado à síntese!
Indo do ramo empresarial à produção artística, o objeto não muda de foco! Como dizia Carl Flesh, grande violinista e pedagogo alemão que viveu no começo do século XX, o artista tem que ser flexível o suficiente para se ajustar às mudanças de paradigmas presente em sua realidade.
Na era do capital, a arte que busca o sucesso deve ser considerada como um produto cultural, um bem passível de consumo, caso contrário padecerá no esquecimento. Quando digo passível de consumo, não o digo a “qualquer preço”, ao modelo de produções ínfimas como a “dança do créu”, mas sim, dentro de uma proposta de engrandecimento social, de educação e cultivo do senso crítico.
O sucesso na arte, tal como no mundo corporativo, também se constrói, e citando um exemplo a ser seguido, ressaltaria o estado da Paraíba na incrível formação de sua orquestra em 1945, assim como a recente fundação do espaço “Estação cultura, ciência e artes”. Lá, o sucesso dos eventos musicais são frutos do trabalho de anos, e de uma visão a longo prazo da realidade, afinal, “há tempos de plantar e colher”. A concepção do resultado imediato, a curto prazo, nunca poderá cria nenhuma situação que tente ser duradoura.
Como dizia Einstein “o único lugar onde o sucesso vem antes que o trabalho é no dicionário”! Os objetos estão todos ao nosso olhar, só nos resta disposição. Estamos prontos? Então mãos à obra!
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Um comentário:
Por que Minas Gerais ficou de fora da turnê?
Carlos Alberto
carlosc.bhz@gmail.com
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